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  1. Dias Estranhos

From the recording 2

Lyrics

Voltaram os dias estranhos
reabriram feridas que eu pensava curadas
De novo o mundo lá for a
proclama poemas encharcados de medo e raiva
Toda esperança é testada, o otimismo ofuscado
e mãos permanecem atadas
E aquele olhar acanhado foge da fome que dança até fazer sentido
No abandono do asfalto ferido/oprimido

Dias estranhos de intenso luar
Noites claras e você só quer gritar
Dias claros que cegam o olhar
Noites estranhas só servem pra cantar

E quando choro no sono
fujo das sombras que brincam no chão do meu quarto
A mente assoberbada (em Overdrive)
por algum filme sobre a pobreza no mundo
Perspectiva me afaga, o anseio pra tod@s, de um futuro mais farto
E a tristeza derrete, a nuvem se afasta
e eu consigo o esboço de um sorriso
No aconchego de um futuro indeciso

Ruas vazias, lágrimas escassas
Peles escuras escondidas em roupas largas
Futuro avesso de crianças opacas, desconectadas

E quando queimo as asas no calor do universo cantado por Caetano e Gil em Haiti
Quando tentam me explicar em palavras simples aquilo que nunca senti nem entendi
Uma voz me grita que não existe encanto na introspeção obstinada da resiliência
Que nunca houve nem haverá poesia na implacável solidão da sobrevivência
São dias estranhos, são noites escuras, são...

Dias estranhos de intenso luar
Noites claras e você só quer gritar
Dias claros que cegam o olhar
Noites estranhas só servem pra cantar